Escrever: sem as minhas metaforazinhas e comparações de sempre, sem meu distanciamento emocional de sempre, sem meu ascetismo e conformismo. Sem o compromisso com a derrota, com a doença e a descrença. Quero apenas escrever, copiar mais aos outros e menos a um alter ego que me foge e persegue. Fingir que o poeta não finge e olhar para dentro sem procurar um vazio, ou inventar um. Levantar a cabeça, olhar ao redor e ignorar os pensamentos conspiratórios que forjo. Who wanna be such an asshole?
Ilusão: para que me iludo. Para que escrevo? Busco um propósito, busco um objetivo, ao menos metas? Me encontro e me perco a cada palavra, ou apenas não estou? (lá vou eu caindo de novo na mesmice, será apenas a realidade?)
Arte: arte de testar até onde posso chegar, para ver até onde me martirizo. Acato a dor alheia como forma de não me submeter a minha própria. A dor alheia tolhe a minha e a joga entre o Eu e o vazio. Esmaga-a em meu peito roubando meu fôlego e minha dor de cabeça.
(des)Controle: gerenciar o sofrimento em camadas e extrair dele tudo que um onanismo sado-masoquista proporciona.
Sentir: se enganar é fácil, a dificuldade reside em se manter iludido. Epifanias me varrem a mente todos os dias, o que me obriga a esforçar-me cada vez mais para manter-me entorpecido. Parodoxal. Entorpecido para fingir. Fingir para sofrer, pois sofrer é sentir.
Negar: negar o que se auto-inflinge é mais que um ato de fé, é um exercício de cara-de-pau.
Desconstrução: eu sei que a loja vai falir antes que eu junte a grana necessária para comprar o que eu quero. Também não estou apto para um financiamento estatal. Quem sabe alguém vai simplesmente pegar o último do estoque. (É difícil se livrar das metáforas)
Fugir: fugir do seu pseudo ser para encontrar o seu verdadeiro serve para quê? I´m wearing the inside out.
Hoje: só mais 5 minutinhos.
Nossa tsu...
ResponderExcluirtexto perfeito!
vc escreve muito bem, e o seu vocabulario é demais!
gostei do (des)conforto e do negar =D
estou adorando seu blog =)