terça-feira, 23 de novembro de 2010

Do direito de posse

Ao cigarro que nos veste  quando nada mais tenta. 

Como a palavra não falada, em tua boca faço morada, embotando teu sorriso.
Sinto cada papila tua, pupilas minhas, devotas nuas, bailando ao meu prazer.
Derrota tua ânsia de vômito, regozija-te no teu asco, defenda o meu ser.
Te cala que não é hora, não me impeças, não te apavoras, aguarda o meu aviso.

Deleita-te na minha ânsia, se agarre a cada espasmo, teu resfolego eu mimetizo.
Arda em meu desejo, enlouqueço em teu fraquejo, perdido a  padecer.
Tu te tremes, e te esforças, te esmeras e me força, mas só faço estremecer.
E de vontade vou te inflando, minha carne vai pulsando, nos espalhando sobre o piso.

Te encaro e te afogo, te abomino e te afago, não pretendo mais parar.
Sigo em ritmo constante, atendendo meus reclames, teu corpo a gritar.
Te sustentas em teu asco, se entrega ao meu compasso e aceita o que virá.

Fadados lutaremos, mas por mais que resistamos, sei que a hora vai chegar.
Fecha os olhos e aproveita, pois a hora se aproxima, não vou mais me refrear.
Não espalho sobre o piso, pois da garganta ao teu sorriso, tua boca é meu lugar!

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